O texto abaixo é uma atividade solicitada para a efetivação do módulo 3 do curso Práticas de Leitura e Escrita na Contemporaneidade 2012, trata-se de um texto fictício e qualquer semelhança com a realidade deve ser tratada como mera coincidência.
TEXTO INTERROGATIVO - GRUPO 3
SÍNTESE DOS
FATOS
A
testemunha A.S.O., brasileiro(a), casado(a), portador da CIRG nº XXXXXXX-9, e
do CPF/MF nº XXX.XXX.XXX-15, residente à Rua X., nº XXX, apto XX, na região
central do município de São Silvestre-SP, relata que na manhã do dia 21 de
abril de 2012, levantou-se por volta das 6:40 da manhã, estava preparando-se
para caminhar quando ouviu a campainha tocando, foi até a porta e encontrou um
homem não identificado (com aparência de 32 anos, alto, trajado com o uniforme
de uma empresa local) que estava deitado na soleira da porta. Não havia mais
pessoas no corredor, a testemunha tentou interagir com o homem, percebeu que se
tratava de um cadáver, dirigiu-se ao telefone e ligou para o 75º DP do
município, relatando os fatos ao Delegado de plantão Sr. Freitas e ao
escrevente Gomes. Segue abaixo a descrição na íntegra do interrogatório e
depoimento prestado pela testemunha:
INTERROGATÓRIO
(Legenda:
F= Delegado de plantão; A = testemunha
depoente)
F
– A testemunha acordou a que horas no dia do ocorrido? Costuma acordar esse
horário diariamente?
A
– Eu acordei as 6:30, fiz a minha leitura
Bíblica diária e depois fui escovar os dentes. Costumo acordar as 5:30
diariamente, mas como era feriado e estava de folga do serviço, resolvi acordar
cedo para caminhar no parque que fica próximo à minha residência.
F
– Você mora sozinho(a)? Tem algum tipo de animal em casa? Ele não ouviu algum
ruído pela madrugada?
A
– Sim, moro sozinho e tenho um filhote de
vira-latas. Ele costuma dormir a noite toda e não me lembro de ter acordado
antes do despertador tocar.
F
– O que aconteceu enquanto estava se arrumando para sair? Sabe dizer em que
momento exatamente ouviu a campainha?
A
– Estava enxugando o rosto e ouvi a
campainha, achei estranho porque o Sujinho (nome do meu cachorro) não latiu
antes, geralmente ele sabe que tem alguém no corredor ou perto da porta, mas
dessa vez ele não latiu.
F – Você disse que não reconheceu o corpo do
homem, como explica o cachorro não ter latido?
A
– Bem eu trabalho em dois empregos, sou
professor pela manhã, ministrando aulas de física, e no período da tarde e
noite sou segurança de um supermercado. Costumo ficar o dia todo fora de casa,
saio às 6 horas e só volto após as 23, não tenho tempo para conhecer a
vizinhança. Mas não descarto a possibilidade daquele homem ser algum vizinho
justamente pelo fato do cachorro não latir.
F
– Você não conhece ninguém no prédio? Avisou mais alguém sobre o que aconteceu?
A
– Eu moro lá há apenas 06 meses e
conheço, além do síndico, uma senhora que mora no apartamento ao lado do meu.
Não avisei mais ninguém porque enquanto eu falava ao telefone com a pessoa que
me atendeu na delegacia, logo chegou o carro da polícia e do IML e eu já vim
para cá para prestar depoimento.
F
– Você tocou no homem que estava no chão? Percebeu se ele tinha algum ferimento
grave? Mexeu em alguma coisa para procurar documentos ou telefone celular?
A
– Não, não senhor Delegado, eu sei que
isso não se faz, já assisti muitos seriados de investigação policial. Eu toquei
nele com os pés para falar a verdade, porque achei que se tratava de um bêbado.
Só que quando vi que ele não se mexia eu resolvi colocar as mãos e daí que
senti que estava gelado. Não percebi nenhum ferimento específico, só vi que ele
estava com o uniforme de uma empresa e que tinha uma mancha marrom nas costas
da camiseta, mas não sei dizer o que era aquilo. Também não mexi em nada não,
quando vi que ele estava gelado já peguei o meu celular e telefonei para a
delegacia.
F
– Tem mais algum fato importante que você se lembra ou deseja destacar para
ajudar nas investigações?
A
– Ah, não sei se é importante, mas ele
estava perfumado sabe, como se tivesse acabado de tomar banho e sair para ir
trabalhar? Fora isso não lembro mais de nada, mas estou à disposição da polícia
para ajudar no que for preciso.
CONCLUSÃO
A
testemunha relatou os ocorridos e colocou-se à disposição da polícia. O corpo
encontrado foi direcionado ao IML onde será periciado e até o presente momento,
9:30 da manhã, nenhuma pessoa dirigiu-se a delegacia para registrar o
desaparecimento de alguma vítima com os mesmos traços físicos do homem
encontrado. Sem mais, e com a ajuda do escrevente, eu, Delegado Freitas, assino
o presente documento de testemunha e dou fé.
São
Silvestre, 21/04/2012